Entrevista exclusiva com Julliany Souza
Recentemente conversamos com Julliany Souza sobre sua caminhada na música e no ministério. Uma conversa sincera, inspiradora e cheia de esperança para todo ministro de louvor que serve com o coração.
Como você gostaria de ser apresentada, como você definiria a Julliany?
Eu me apresento como filha de Deus, salva, redimida pela graça, alcançada pela misericórdia, e nessa terra Cristo tem me dado o privilégio de glorificar Ele através da minha vivência como filha, serva, esposa, ministra de louvor, e agora, mãe. Eu busco usar o dom que Ele me deu pra glorificar a Ele.
Sua relação com a música começou super cedo. Você pode contar pra gente um pouco sobre essa sua descoberta não só como amante da música mas como uma adoradora?
O meu contato com a música é desde o berço, né? Minha mãe, os meus pais são músicos e eu nasci praticamente num palco, a bolsa da minha mãe estourou quando ela estava cantando. Pode ser profético isso. Eu cresci nesse meio, um berço muito musical, porque os meus pais e os meus tios todos trabalham profissionalmente com música. E essa relação com a música sempre foi algo muito leve para mim, porque, eu cresci nesse lar que era muito natural, então eu cantava ali para os meus avós, eu era muito tímida e me lembro que os meus pais, os meus tios, eles faziam de tudo para diminuir essa timidez, porque a minha família é uma família que gosta muito de música. Mas quando eu fui encontrada por Jesus aos 13 anos de idade, eu passei a enxergar a música como uma forma de adoração. Pela situação que eu vivenciava na minha casa, com o vício do meu pai, a forma que eu encontrei de alcançar ele foi através da música. Eu me lembro que, muito nova, o meu pai estava usando droga no quarto de casa e eu ficava na porta cantando louvores para ele. Então, a música passou a ter um sentido muito diferente para mim a partir desse momento. Eu passei a cantar e a usar as canções, os louvores, como uma arma de guerra na minha casa. E como Cristo me ensinou ali. Eu não sabia, mas ali estava nascendo o meu ministério. Então, a minha vivência com a música vem de muito nova, mas eu encontrei esse propósito diante da situação da minha família, dos meus pais, do meu pai principalmente, quando eu usava os louvores para tentar alcançar o coração dele, quebrantar o coração dele, e eu faço isso até hoje, esse é o meu chamado, esse é o meu propósito! Através das canções, alcançar vidas para Cristo. Através disso, Cristo tem transformado muitas e muitas famílias e para mim é uma grande honra poder carregar esse ministério.
Considerando sua vida ministerial super precoce, quais foram alguns ministérios e ministros que te moldaram e o que te “ensinaram” especificamente?
Para a glória de Deus, desde muito nova, eu sempre me cerquei muito de boas referências que eu trago comigo até hoje. Eu me lembro que um dos primeiros grupos que eu ouvi, que foi muito determinante no meu chamado, foi o Diante do Trono, me lembro que a primeira vez que eu ouvi “Preciso de Ti”, eu não entendia nada, mas aquele louvor veio como uma flecha no meu coração. Então eu sempre me cerquei de referências de muito louvor e adoração, como o Diante do Trono, e Nívea Soares, que sempre foi uma grande referência para mim. Quando adolescente, ouvia muito Hillsong, Kari Jobe e Darlene Zschech. Então, eu sempre tive boas referências aqui no Brasil, como a Nívea, de pessoas que não vivem somente o palco, mas tem uma vida no altar e que continuam sendo referências para mim hoje. Com certeza o que mais me formou, e o que mais me forjou para o ministério é o serviço na igreja local, é no meu secreto com Cristo, porque ali eu aprendo que a vida ministerial, a vida com Deus é muito mais de segunda a sábado do que propriamente no domingo. E é isso que nos forja como ministro de louvor, precisamos aprender a servir na nossa igreja local, para depois servir nos outros lugares. Não saímos das nossas casas simplesmente para fazer uma apresentação, ou um show numa igreja, estamos indo lá para servir, ou seja, independente de qual seja a necessidade daquela igreja, precisamos estar prontos como ministros para atender o povo de Deus.
Conta um pouco pra gente sobre os bastidores. Como é sua semana de leitura bíblica com a família?
São dias completamente comuns, onde nós buscamos a Cristo como família, buscando glorificar o Senhor, no nosso lar, e é uma vida extremamente comum, eu não abro mão de ter meu tempo com Deus, meu devocional, mesmo nos dias mais corridos. Independente de como seja o meu dia, independente de como seja a minha rotina na semana, eu busco glorificar a Cristo no nosso lar.
É muito inspirador ver que na sua jornada Deus colocou ao seu lado um esposo que divide a vida ministerial com você. Que além de ser um produtor musical, cantor, compositor… é um ministro de adoração de verdade. Como tem sido pra você ministrar “em família”?
A maior parte do tempo, ele sempre está envolvido em tudo, mas isso é uma grande responsabilidade pra nós, eu encaro isso como uma grande bênção, um grande presente de Deus, e também como uma grande responsabilidade, porque é a nossa família envolvida. Meu marido que compõe as músicas que eu canto, produz, ensaia a minha banda, e faz absolutamente tudo, e a gente acaba sempre vivendo aquilo que a gente canta, então é uma grande responsabilidade pra nós, como casal, e como família, porque não são só letras bonitas, a gente sempre vive aquilo que a gente canta. Então, a gente busca estar sempre muito alinhados com Cristo, e buscando juntos e nos arrependendo juntos.
A gente sabe que sua família está crescendo e eu imagino que a gravidez tem sido uma experiência única - não só pessoalmente, mas também espiritualmente em sua relação com Deus. O que você tem aprendido de Deus nessa temporada?
Sempre sonhei em ser mãe de gêmeos, mesmo ouvindo que não poderia engravidar. Deus fez um milagre: engravidei de dois bebês. Mas logo vieram diagnósticos difíceis, e minha fé foi profundamente testada. Chorei, questionei, e aprendi que não estou no controle — Deus está.
Durante esse processo, Cristo me ensinou sobre dependência, fé prática e amor sacrificial. A música que o Léo escreveu antes de tudo isso se tornou nossa oração: “Deus é quem me fortalece, não preciso mais chorar.”
Hoje, vejo que o verdadeiro milagre não foi apenas gerar, mas reencontrar Cristo.
“Ele me salvou através da minha gravidez!
O que você diria para a Ju de anos atrás? Qual conselho você daria para ela?
Na minha caminhada com Cristo eu entendi quem eu sou nele, então, a Ju de 15 anos atrás não sabia ainda mas era a mesma Ju de hoje, filha de deus, salva, redimida pela graça e alcançada pele misericórdia de Deus.
“Então, eu diria pra ela amar o Senhor, e eu diria também para a Ju do futuro: continue amando a Deus, porque independente do que você viva, o seu maior prazer estará no Senhor”.