Adhemar de Campos por gerações

Análise Musical do álbum comemorativo de 30 anos de ministério de Adhemar de Campos.

Há projetos que resistem ao tempo, e há outros que o transcendem. O álbum comemorativo de 30 anos de ministério de Adhemar de Campos, lançado em 2007 pela então Aliança Produções (hoje Musile Records), é um desses marcos. Quase duas décadas depois, ele chega às plataformas da Multitracks — um feito simbólico que o insere novamente no circuito da adoração congregacional contemporânea, onde começou e a que sempre pertenceu. Trata-se de um projeto histórico, que reuniu uma orquestra exuberante e arranjos primorosos assinados por Ogair Júnior, revelando a sofisticação musical e a profundidade espiritual que sempre caracterizaram a obra de Adhemar. 

Revisitando as composições que moldaram o louvor brasileiro — Grande é o Senhor, Nosso General é Cristo, Ele é Exaltado, O nome de Jesus, Bem Supremo, entre outras — o projeto funciona como uma espécie de cânon vivo da música cristã nacional. As canções, aqui, não são apenas repertório: são memória e teologia cantada. Cada faixa reafirma a vocação de Adhemar como intérprete da fé de uma geração, alguém que ajudou o Brasil a aprender a cantar o evangelho com reverência, excelência e alegria. 

O disco também é lembrado pelas participações especiais, uma constelação que reflete a influência de Adhemar em diferentes movimentos da adoração: Ana Paula Valadão, Nívea Soares, Davi Sacer, Luiz Arcanjo, Nelson Bomilcar, Rachel Novaes, Pregador Luo, Fernandinho, que aqui parece ter trocado o microfone por um megafone — entre outras, mas, convenhamos, ninguém expressa a paixão de um “grito de alma” como ele. O resultado é uma celebração plural, onde cada voz se torna testemunha de como a obra de Adhemar costura gerações e estilos em torno de um mesmo centro: Cristo.

“Ministrar essas músicas nas igrejas hoje é um reencontro com as raízes.

Quando Adhemar canta, há sempre algo de eterno no ar — como se cada acorde relembrasse que a adoração não é sobre o tempo, mas sobre o Deus que o sustenta. Cinquenta anos depois de seu início no ministério, ele segue sendo uma dessas vozes raras que unem solidez doutrinária e sensibilidade artística. 

Talvez o segredo esteja no que ele mesmo encarna: um adorador que nunca deixou o altar se transformar em palco. 

Por isso, trazer essas canções de volta ao púlpito de nossas igrejas é revisitar a própria história da adoração no Brasil — e lembrar que certos ministérios não passam: permanecem ecoando, como um cântico que o Espírito se recusa a deixar silenciar. 


Adhemar de Campos | Comunhão e Adoração 6

Ministre Comunhão e Adoração 6em sua igreja.

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Entrevista exclusiva Emi Sousa